Músicas Venite Giu Al Fiume 0:00 Evviva La Contea Di Lane 12:08 All'uomo Che Raccoglie I Cartoni 18:42 Rosa 33:43 Il Guardino Della Valle 38:18 O sexteto romano do “Buon Vecchio Charlie“, por exemplo, dois anos depois de sua formação em 1970, conseguiu gravar três longas peças para um potencial álbum para o Studi Suono de Veneza, que infelizmente, apesar de numerosos contatos, nunca foi lançado. Frustrados pela amarga decepção, o grupo terminou em dois anos, mas sem desistir, entretanto, com uma numerosa atividade ao vivo, que lhe deu o título de melhor grupo italiano no Festival Villa Pamphili em 1974. Felizmente, as três peças de 1972 vieram à luz dezessete anos depois, graças ao interesse do selo Melos e, em depois pela Akarma, que também acrescentou dois faixas do cantor e compositor Beppe Palomba, a quem a Buon Vecchio Charlie havia feito como grupo de estúdio. “Felizmente“ porque, de fato, as três audições registradas em Veneza nos mostram um coletivo musical extremamente sólido e profissional, tanto no desempenho instrumental quanto na produção extremamente precisa. Cada som tem sua localização adequada e nenhum dos seis instrumentos substitui o outro, tornando-os um conjunto equilibrado e poderoso. •. Com o tempo podemos afirmar que essas músicas se tornaram clássicas. “Venite giù al fiume“ é uma versão progressiva do “Peer Gynt” de Edvar Grieg com magníficas polirritmias vocais e instrumentais, destacando em particular os talentos do flautista Sandro Cesaroni e do organista Sandro Centofanti (mais tarde membro da ”Libra“), hoje famoso e reconhecido por suas trilhas para o cinema. •. O som da banda é extremamente coeso, compacto e ainda mais fascinante por um uso modesto, mas muito cuidadoso de efeitos. Por sua vez, a sequência de movimentos é bem desenhada até o final tumultuado que evoca o melhor de Colosseum com muito sax em evidência. A mistura dos vários estilos (clássico, rock, folk, blues e acústico) é tão equilibrada e harmoniosa que nem sequer percebemos as várias mudanças. ““Evviva la contea di Lane“ e “All'uomo che raccoglie i cartoni“ traz de volta ambientes mais tranquilos que, por um lado, poderiam lembrar Premiata Forneria Marconi ou Osanna, mas por outro lado, eles se destacam no uso muito pessoal da composição, quebras e solos. Neste momento surgem poderosas pegadas do baterista Rino Sangiorgio e as belas entonações das guitarras executadas por Richard Benson e Luigi Calabrò. O disco caminha para duas músicas de Palomba (editadas em algumas edições), onde o grupo trabalha como banda de apoio mesmo não gostando do gênero mais pop. Na última lembram “De Andrè”, só que mais folk e animada. Limitada às três primeiras faixas, a impressão final é a de uma banda extraordinária e vital, mas temos que agradecer hoje àqueles que publicaram essas fitas a posteriori. Qualquer outra tentativa de colocar o “Buon Vecchio Charlie“ em um contexto que nunca existiu é uma mera suposição. Curiosidade: Em abril de 2010, o site Vinyl Seduction vendeu as master´s originais do álbum com muitos documentos da época a um custo de euros.
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