“Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente”. Devorar a cultura e transformá-la em outra coisa. Transformá-la em uma nova autenticidade. Este pode ser o sentido da frase que abre o manifesto antropofágico. Ela sintetiza a base sobre a qual evoluiu o país. A grande mistura de culturas e uma interpretação própria do sistema econômico de produção de riqueza, pobreza e desigualdades. O Manifesto, lançado em 1928, é umas das mais emblemáticas derivações da Semana de Arte Moderna, que completa cem anos neste 11 de fevereiro de 2022. No Brasil, a fábrica e a lógica da produção em série davam os contornos de uma cidade que crescia freneticamente em uma onda de transformações captadas pelos modernistas que já em 1922 reivindicavam a autenticidade antropofágica, ou miscigenada, da identidade brasileira. O mundo transformava-se após horrores da Pr
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