3 de julho de 1986. Morumbi lotado. Final do Campeonato Paulista. Palmeiras franco favorito contra a Inter de Limeira. Jamais um time do Interior havia conquistado o título. O Palmeiras completava um jejum de dez anos. Jornais já haviam feito cadernos inteiros, imensos, com o fim do jejum. Revistas, prontinhas, só esperando serem imprensas. Matérias especiais de televisão, também. O clima era de certeza de vitória do grande sobre o pequeno. Por pressão, o Palmeiras tirou a decisão de Limeira. Trouxe as duas partidas para São Paulo. A primeira, foi 0 a 0. Aí veio a segunda, jogo tenso, equilibrado. Aos quatro minutos, Kita faz o primeiro para a Inter. Mas aos oito, veio o lance que entraria para a história do Palmeiras. Bola no peito do lateral Denys, que foi atrasar a bola de peito para o goleiro Martorelli. O ponta Tato entrou entre os dois e fez o segundo gol. A Inter venceu por 2 a 1 e foi campeã. O 'vilão' escolhido para o fracasso do Palmeiras foi Denys, garoto com 20 anos. “Me condenaram para sempre. Não interessava se o time que perdeu tinha estrelas como Eder, Mirandinha, Edmar, Diogo, Lino, Mendonça, Jorginho. Eu tinha saído da base, o que era raro no Palmeiras, havia sido convocado para as Seleções Brasileiras. Foi injusto o que a imprensa fez comigo. Foi muito sofrido. Para mim e para minha família.' Felippe Facincani, sobrinho do ex-jogador, confessou ao canal, que vândalos chegaram a apedrejar a casa da família, revoltados. A sonhada explicação do lance. “Estávamos perdendo. Não queria dar um chutão para fora. Queria ganhar tempo. E ouvi do Martorelli, 'é minha'. Só que ele não saiu com a rapidez que precisava. E tomamos o gol. Caiu tudo nas minhas costas.“ Denys teve uma carreira importante. Foi emprestado para o São Paulo, com direito a dar um inesquecível chapéu em Maradona. O Corinthians o levou em uma troca envolvendo Neto por Ribamar e Dida. Jogou na Grécia, no Japão. E no Peru foi tão bem que teve a proposta para se naturalizar. Mas não pôde porque já havia jogado na base no Brasil. Há 20 anos trabalha como auxiliar-técnico. 38 anos, no entanto, não serviram para vir o perdão. O mais doloroso exemplo disso. “Meu filho nasceu com talento para jogar futebol. Habilidoso, rápido, inteligente. Estava muito bem na base do Palmeiras, clube que eu amo. Mas foi dispensado de uma hora para outra. Descobri o motivo. O Palmeiras dispensou o meu filho da base. Porque era o meu filho. Ele ficou arrasado e não quis mais seguir no futebol. Foi injusto demais. Imagine como pai, como me sinto...“ REDE SOCIAL Instagram: @cosmerimoli Twitter: @cosmerimolinovo #palmeiras #futebol #youtube #corinthians #saopaulofc #peru
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