Nara Leão (1942-1989). Cantora. Com um ano de idade mudou-se com sua família de Vitória para o Rio de Janeiro. Estudou violão, na adolescência, com Solon Ayala e Patrício Teixeira. No final da década de 1950, atuou como repórter do jornal “Ultima Hora”. Seu apartamento, localizado na Avenida Atlântica, no bairro de Copacabana (RJ), abrigou reuniões musicais frequentadas por compositores e intérpretes da emergente bossa nova. Ao lado desses artistas, participou, acompanhando-se ao violão, dos shows realizados nessa época nas universidades cariocas. Atuou também como professora de violão, lecionando na academia criada pelos compositores Carlos Lyra e Roberto Menescal, em Copacabana (RJ). Ficou conhecida como “a musa da bossa nova”, denominação dada pelo cronista Sérgio Porto. (...) Iniciou sua carreira profissional em 1963, integrando o elenco do musical “Pobre menina rica”, de Vinicius de Moraes e Carlos Lyra, apresentado na Boate Au Bon Gourmet (RJ). Nesse mesmo ano, gravou as faixas “É tão triste dizer adeus” e “Promessas de você”, ambas de Carlos Lyra e Nélson Lins de Barros, no disco “Depois do Carnaval”, de Carlos Lyra. Também em 1963, participou da trilha sonora de “Ganga Zumba, rei dos Palmares”, filme de Cacá Diégues, com quem viria a se casar mais tarde, interpretando a canção “Nanã” (Moacir Santos). Ainda nesse ano, apresentou-se na França e no Japão com o trio de Sérgio Mendes. Em 1964, lançou seu primeiro LP, “Nara”, gravando obras de compositores da bossa nova e de representantes do chamado “samba de morro”. (...) Ainda em 1964, integrou, ao lado de Zé Kéti e João do Vale, o elenco do histórico espetáculo “Opinião”, de autoria de Armando Costa, Oduvaldo Vianna Filho e Paulo Pontes, com direção de Augusto Boal. O show, realizado no Teatro Opinião (RJ), tematizava questões sociais e políticas do Brasil, então sob ditadura militar, e foi registrado em disco. (...) Em 1977, lançou o LP “Meus amigos são um barato”, que contou com a participação de Tom Jobim, Chico Buarque, Edu Lobo, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Erasmo Carlos, entre outros. No repertório, as canções “Sarará miolo” (Gilberto Gil), “Odara” (Caetano Veloso), “Meu ego” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), “Chegando de mansinho” (Dominguinhos e Anastácia), “Repente” (Edu Lobo e Capinam), “Nonó” (Nélson Rufino), “João e Maria” (Chico Buarque e Sivuca), “Amazonas” (João Donato e Lysias Ênio), “Flash back” (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), “Cara bonita” (Carlos Lyra), “Fotografia” (Tom Jobim). Dicionário Cravo Albin da Música Brasileira. Texto completo: * * * Programa MPB Especial (Ensaio) Criado e dirigido por Fernando Faro, o programa surgiu na TV Tupi São Paulo em 1969 com o nome “Ensaio“. Foi exibido nesse canal até 1971, quando Faro ingressou na TV Cultura, também de São Paulo, e o programa foi rebatizado como “MPB Especial“ em 1972.Já na TV Cultura, onde ficou entre 1972 e 1975, o programa foi rebatizado de “MPB Especial“, época em que foram entrevistados nomes como Elis Regina, Adoniran Barbosa, Cartola e Jackson do Pandeiro, entre outros. Entre 1976 a 1989, quando Faro passou por diferentes emissoras de televisão, o programa foi descontinuado, até que retomou suas exibições na TV Cultura como o nome original “Ensaio“.O programa tornou-se um importante marco para a música e para a televisão brasileira. Sua característica principal era o registro intimista dos artistas entrevistados, que apareciam em close no rosto e nas mãos, e também a luz baixa e os momentos de silêncio antes das respostas e entre as performances musicais. Ao implantar esse formato de entrevistas mescladas com performances ao vivo e ter entre seus convidados os maiores artistas da música brasileira, criou-se um acervo que retrata todo um tempo da criação musical no ós a morte de Faro no dia 25 de abril de 2016, a TV Cultura passou a exibir reprises de antigos programas. Foram cerca de 700 edições contando as três versões da atraçãédia * * * Sobre o tema da abertura e o diretor Fernando Faro “Trilobita“, de Marco Antônio Guimarães (Grupo Uakti), “música do grupo paulista Uakti de 1989, foi tema de abertura do 'Ensaio', um programa criado pelo jornalista Fernando Faro (1927-2016) em 1969 e foi exibido pela TV Cultura entre 1990 e 2016, ano da morte de Faro. Único programa da TV brasileira que mostra a intimidade dos cantores e compositores que se apresentam na atração além de darem depoimentos sobre sua vida e carreira, com as perguntas feitas pela voz calma e silenciosa de Faro que quase nunca é ouvida no programa. A não ser que os artistas o citem diversas vezes pelo apelido de “Baixo“, dado pelo pioneiro Cassiano Gabus Mendes devido a voz calma e serena e, também,... rsrsrs.... pela baixa estatura“. Texto da descrição do vídeo “Ensaio (TV Cultura) | Tema de abertura original“, do canal Brazilian Broadcasting Archive.
Hide player controls
Hide resume playing