Conhecida como “A Mulher-Macaco“, ela tinha o corpo inteiramente coberto por pelos grossos e sedosos. Seu rosto exibia proporções simiescas, com gengivas hipertrofiadas, e acreditava-se que possuía fileiras duplas de dentes pontiagudos, mas um exame comprovou que sua dentição era normal. Inteligente e curiosa, falava várias línguas e adorava livros. Em seus espetáculos, cantava com sua voz mezzo-soprano e dançava usando roupas típicas que ela mesma costurava. Julia exibia-se pela Europa durante o século XIX, até ser encontrada por Theodore Lent, que a comprou de uma mulher que possivelmente seria sua própria mãe. Lent ensinou-a a dançar e tocar e a mostrou pelo mundo, com o nome de Senhora Cabeluda e Barbuda. Julia foi casada duas vezes e teve um filho com seu último empresário, Theodore Lent. A criança nasceu em Moscou, com a mesma condição de Julia, e viveu apenas algumas horas após o nascimento. Julia morreu poucos dias depois da morte de seu filho, aos 26 anos, devido a complicações do parto. Logo após suas mortes, seu marido mandou mumificar os corpos dela e do filho, continuando a exibi-los em uma cabine de vidro até adoecer e morrer em um sanatório. Theodore morreu em 1880, na mais completa miséria. As múmias reapareceram em 1921 nas mãos de Haakon Lund, que viajou com os cadáveres por duas décadas. Os corpos de Julia e da criança estiveram na Noruega, no Instituto Forense de Oslo, desde 1976, quando foram roubados e posteriormente recuperados. Porém, em 2005, a artista mexicana Laura Anderson Barbata iniciou uma campanha que culminaria em uma grande batalha judicial envolvendo representantes mexicanos, para que os corpos de Julia e seu filho fossem enterrados no México, sua terra natal, o que ocorreu em fevereiro de 2013.
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