Por sua luz e suas imagens, este, que é o primeiro filme em cores de Kurosawa, foi comparado à pintura de Mondrian e do primeiro Kandinski. Uma comovente crônica sobre o cotidiano de uma favela de Tóquio, com episódios e personagens que se entrelaçam. Entre eles, o menino que mendiga, nos fundos de um restaurante, o alimento para ele e seu pai que juntos visualizam a casa de seus sonhos; a tímida jovem que faz flores artificiais para sustentar o padrasto alcoólatra; o “maquinista“ de um imaginário trem, que imita o som (Dodes’ka-den... Dodes’kaden...) das rodas sobre os trilhos. Tudo à margem da metrópole, que mesmo invisível, sufoca essas vidas excluídas.
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