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O jornalista Matheus Gomes de Oliveira defendeu sua dissertação de mestrado no Curso de Jornalismo da UFSC apresentando uma profunda discussão sobre o jornalismo brasileiro, singularizado no Jornal Nacional da Rede Globo, que a despeito da queda na audiência ainda mantêm cativos mais de 35 milhões de espectadores todas as noites e serve como modelo para o jornalismo das demais redes. Analisando a cobertura feita durante o período que perpassa a eleição e a queda de Evo Morales na Bolívia, Matheus discorre sobre a completa ausência do debate sobre a geopolítica e pondera a dependência crônica do Brasil em relação ao modo de fazer jornalismo. Ele mostra que toda a cobertura internacional se baseia nas agências de notícia do centro do capitalismo e no que diz respeito à América Latina, descobre que a situação é ainda mais grave: o jornalismo atua na linha da desintegração da Pátria Grande. Ao fechar seu estudo ele chega a conclusão de que a Rede Globo, através de seu principal jornal, atua com completo desinteresse sobre a região latino-americana e caribenha, pratica enquadramento enviesado, não tem profundidade, tem um jornalismo distante e assujeitador, é dependente, se alinha automaticamente com o centro do capitalismo e oculta as movimentações geopolíticas bem como os aspectos culturais. Por conta disso ele cunha o conceito de jornalismo desintegrador.
