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OTAN /EUA atolados nas areias de Portugal Trident Juncture 2015 o 'Atascano'

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NATO atascada em Pinheiro da Cruz 20/10/2015 Grândola resistiu à NATO e impediu o maior assalto anfíbio que alguma vez chegou às praias de Portugal. Na chegada ao areal os Marines ficaram atascados. A NATO estava em festa e para comemorar chamou jornalistas. A ocasião merecia: quatro mil militares, exercícios conjuntos entre fuzileiros e marines, poderio militar nunca visto em Portugal e convidados de honra para ajudar. O tenente-coronel Eric Hamstra, dos United States Marine Corps, tinha avisado: “Isto é algo que preparámos nos últimos dois anos. E isto é uma oportunidade para os fuzileiros e os marines aprenderem uns com os outros. Vão partilhar táticas, técnicas e procedimentos.” Só não houve aviso prévio quanto à falta de colaboração do areal de Grândola. Vamos por partes. Tudo começava com a chegada dos dois hovercraft que tinham saído do USS Arlington e vinham a alta velocidade em direção à praia. Mas a travagem na rebentação foi tão forte que impediu a chegada e, vergonha das vergonhas, foi preciso voltar a ganhar balanço para chegar enfim à praia. Grândola 1, NATO 0. O balanço reforçado equilibrou as contas e os anfíbios lá chegaram ao areal. Para acabar com as brincadeiras, deram-se ordens de desembarque aos Humvees, jipes robustos que devem estar habituados a areias mais espessas. Porque assim que puseram as rodas em Grândola pararam para não mais de lá sair. Primeiro um de dentro de um hovercraft, depois outro de dentro do outro, ambos revelaram-se incapazes de avançar nas areias da praia. Grândola 3, NATO 1. Era altura de entrarem os avançados que estavam no banco. O embaixador americano Robert A. Sherman e o vice-almirante Pereira da Cunha, que comandou o exercício, saíram de um dos hovercrafts e tentaram por ordem na praia. Os Marines e os Fuzileiros seguiram as ordens e com as armas em punho controlaram rapidamente a área, uns de cócoras, outro deitados. Mas os jipes nada. Os condutores bem aceleravam, mas quanto mais a fundo, mais fundo iam os jipes. Os jornalistas iam acompanhando tudo do cimo de uma rampa, rampa pela qual os veículos deveriam sair, voltando os hovercraft ao navio para trazer mais uns quantos. Nem as embarcações voltaram ao USS Arlington (LPD-24) para recarregar, nem os Humvee dali sairam sem um empurrãozinho – e sem essa tática confidenciada pelos portugueses que consiste em esvaziar os pneus. O conselheiro de Imprensa da embaixada dos Estados Unidos, junto com um tenente dos marines, lá arranjaram uma conferência de imprensa para aliviar o ambiente. Enquanto falavam aos jornalistas e elogiavam a iniciativa, em fundo viam-se as tentativas para retirar os veículos das areias que tinham ganho a manhã. O tenente-coronel Eric Hamstra, dos United States Marine Corps, confidenciou que “tudo correu bem”. Como assim, “bem”? “Os fuzileiros e os marines trabalharam bem. O exercício foi uma boa oportunidade para, quando os veículos ficam atolados, os fuzileiros e os marines saberem como tirá-los de lá para fora.” Para cumprir a expectativa de imagens com alguma pinta, lá se arranjaram uns soldados para abrir à força de pá um carreiro para que três blindados subissem uma rampa inclinadita. Depois de muito acelerar e queimar mais gasóleo que um Volkswagen de 2015, lá se subiu a rampa. Um aviso – “It’s time to go” – assinalou o fim de festa para os jornalistas, antes da continuação do treino já sem olhos intrusos. O exercício integra a componente naval da “Trident Juncture 15” da NATO, que começou nesta terça-feira e dura até 6 de novembro nas áreas de Beja, Santa Margarida, Tróia e Setúbal, com militares portugueses, norte-americanos, espanhóis, franceses, holandeses e alemães.

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