HOJE QUEM PAGA SOU EU - Nelson Gonçalves - (HERIVELTO MARTINS) “Antigamente Nos meus tempos de ventura Quando eu voltava do trabalho para o lar Deste bar alguém gritava com ironia Entra mano o fulano vai pagar! Havia sempre alguém pagando um trago Pelo simples direito de falar Havia sempre uma tragédia entre dois copos Nas gargalhadas do infeliz a soluçar. Eu sabia que era um estranho neste meio Um estrangeiro na fronteira deste bar Mas bebiam, outro, pagava e eu partia Para o mundo abençoado do meu lar. Hoje faço deste bar a sucursal Do meu lar que atualmente não existe Tenho minha história pra contar Uma história que é igual, amarga e triste. Sou apenas uma sombra que mergulha Num oceano de bebida o seu passado Faço parte dessa estranha confraria Do vermute, do conhaque, do traçado. Mas se passa pela rua algum amigo Em cuja porta a desgraça não bateu Grito que entre neste bar Beba comigo! Hoje quem paga sou eu.“
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