“Uma prova irrefutável do seu talento é ’The Masque of Red Death’. Parte da série de nove filmes em que ele, junto com o grande Vincent Price, fizeram a partir de contos de Edgar Allan Poe, o filme é um dos usos mais fodas de direção de arte que já vi aliada ao uso fotografia soturna de Nicholas Roeg, como pode ser comprovado nas longas passagens pelas salas, onde cada uma está pintada de uma cor; ou ainda quando a ameaça escarlate aparece nas cenas. E Corman rege tudo isso com um controle de cena inspiradíssimo, tendo o seu auge nos 15 minutos finais, onde a Morte convida os presentes para uma dança final, resultando numa cena que Bergman aplaudiria de pé. Claro que tudo isso não adiantaria se o maior astro não desse uma atuação à altura. Mas isso não é um problema quando se tem a lenda, Vincent Price, em ação. Poucas vezes o seu ar aristocrático, seu cinismo elegante, seu charme maquiavélico, capaz de, ao mesmo tempo, assustar e encantar, esteve tão presente e atuante como nesse filme. Com tudo isso, temos um filme a altura dos contos de Edgar Allan Poe. Mas do que isso, temos mais uma prova de que efeitos especiais, sangue e vísceras aos borbotões nunca superarão uma ambientação perfeita, uma direção de arte e fotografia soturna, um monstro da atuação e um gênio do seu ofício coordenando tudo isso. E isso, meu caro, definitivamente, não é para qualquer um“.
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