“A cadeira era confortável apesar de gelada. Inclinando a cabeça na direção da barragem de vidro, esboçou um sorriso cínico ao pensar que os guardas que observavam tudo tão confiantes não teriam chance alguma se ele realmente quisesse fazer alguma coisa ali. Seus olhos correram de volta para o próprio colo, ali repousava entre seus dedos a pena branca com pontas douradas e respingos de sangue seco maculando a nobreza daquelas cores. Seu polegar deslizou pelo sangue, perdeu-se em devaneios e sabia estar apático, esperava que a apatia permanecesse até o fim daquela conversa, mas seu coração lhe traiu antes mesmo que erguesse a cabeça, as batidas aceleraram. Ele permaneceu calado, aguardava pacientemente, como se fosse mesmo dono de tanta paciência assim. Nunca foi, estava vestindo uma máscara ali, ou talvez a face que lhe mostrara dez anos atrás era a máscara. Ao finalmente encontrar os olhos verdes lhe
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